sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!



Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma nao é pequena.

Quem quer passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele é que espelhou o céu.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Caminhada pela linha do Corgo






Logo pela manhã, mal a Régua tinha acordado para mais um dia de labuta e o Douro ainda se espreguiçava na sua viagem para a Foz, já o " jovem" grupo de intrépidos caminheiros tinha metido os calcantes ao caminho. Destino Vila Real atravès da linha do Corgo. O dia amanheceu cinzento e fresco com uma pequena neblina e óptimo para caminhar mas a pouco e pouco o sol começou a aparecer. Como os carris foram arrancados, o caminho era um estradão e o andar tornava-se fácil. A linha corre ao longo do rio, rodeada de vinha onde, a labuta das vindimas prosseguia. Salvavam-se os vindimadores com o habitual "bom dia,  boa vindima", a que todos respondiam com prazer, ficando talvez a pensar o que leva estes 4 " maduros" já com idade de siso, a calcorrear ferrovias mortas e, órfas de  linhas e comboios. As máquinas fotográficas não tinham descanso porque a paisagem é magnifica, o rio, as vinhas e, as povoações penduradas nas encostas com as casas a fazer equilibrios de malabarista. Comemos uvas e figos com fartura mas por volta do meio dia parámos para almoçar junto da antiga estação de Carrazedo, hoje transformada em centro social. Merenda comida, ala que se faz tarde. Pouco depois de Ermida, a linha afasta-se do rio e, a seguir a Carrazedo, faz uma volta em ferradura passando por Penelas onde, a linha rasga o monte e põe a descoberto uma falha geológica. Poucos quilómetros após Penelas, voltamos a ver o rio mas, a vinha vai dando lugar à floresta de pinheiro e mato, notando-se de onde em onde algum mortório, testemunho do flagelo da filoxera que dizimou a região nos finais do séc. XIX. Chegados a Vila Real a meio da tarde e, depois de uma merendinha de carapauzinhos fritos, apanhámos a camioneta de regresso à Régua onde ainda tivemos tempo de ir visitar o miradouro de Santo António em Loureiro, varanda magnífica sobre a Régua, donde se avista toda a zona envolvente, da serra das Meadas a sul, Vila Real  e serra do Alvão a norte. Um local a revisitar com mais  tempo e a horas menos tardias. Jantarinho comido no Mezio e, ala morena até Coimbra que, já suspirava da nossa ausência. Digo eu!